quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

A cabeça de Massa*

* Por Tatiana Cunha

Felipe Massa está em São Paulo nesta semana e concedeu hoje sua primeira entrevista coletiva como piloto da Williams.

Entre comentários sobre sua expectativa para a temporada, o bom desempenho de sua equipe nos primeiros testes em Jerez, a visita que fez a Schumacher e até sua opinião sobre a contratação de Pato pelo São Paulo, o que chamou a atenção é sua motivação.

Depois de oito anos como titular da Ferrari e relegado à condição de segundo piloto, embora sempre tenha relutado em admitir este status, Massa precisava de um desafio. Estava acomodado, resignado com o papel de coadjuvante na escuderia italiana, que virou o “time do Alonso”.

Massa é um piloto que precisa estar com a cabeça boa para correr bem. Não sei se é um defeito. É fato. E só sua ida para a Williams já elevou seu moral.

Lembro que quando o entrevistei logo depois do anúncio, em novembro, ele estava visivelmente empolgado e não parava de repetir que a equipe o queria, que a equipe tinha ido atrás dele, etc. Isso é importante para ele psicologicamente. E isso ele já não sentia na Ferrari, onde todas as atenções estavam voltadas para Alonso.

Agora, mostra-se empolgado pela recepção que teve no time e pelo que encontrou pela frente (acho que ele imaginava que não havia vida inteligente fora da Ferrari).

Na semana passada, foi elogiado publicamente por Claire Williams, filha de Frank e chefe do time. Ela disse que sua atitude estava motivando os membros da equipe.

Junte a isso o bom resultado nos testes de Jerez e pronto: o brasileiro parece ter recuperado aquela gana que tinha antigamente.

Não estou dizendo aqui que ele vai sair brigando pelo pódio já em Melbourne e que vai disputar o título neste ano. Impossível prever como vai estar o cenário da F-1 daqui a um mês e pouco, quando começa o campeonato.

Mas tenho certeza de que quando baixar a viseira no grid do Albert Park, no dia 16 de março, para a largada de sua primeira corrida pela Williams, Massa estará muito mais “mordido” do que nos últimos anos. O que, por si só, já é um bom começo. Especialmente porque o resto não depende só dele.

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