segunda-feira, 17 de junho de 2013

Bi de Raikkonen azedou, mas não foi para o brejo*

* Por Julianne Cerasoli


Três pontos em duas provas, com problemas dos mais variados: da volta do instinto errático de Romain Grosjean a falha nos freios. O último mês foi de inferno astral para a Lotus e deixou, tanto a equipe – quarta colocada a 87 pontos da líder Red Bull – quanto Kimi Raikkonen – terceiro, a 44 pontos de Sebastian Vettel – com um prejuízo enorme para correr atrás. Mas será que a queda brusca no rendimento do time, que tivera quatro pódios nas quatro primeiras provas, coloca uma pá de cal nas chances de título do finlandês?

Analisando os GPs de Mônaco e do Canadá mais de perto, fica claro que eles evidenciaram justamente as grandes deficiências da equipe. O carro da Lotus cresce nas curvas de alta e prefere corridas com calor e alta degradação de pneus. É nesse ambiente que sua principal qualidade, o cuidado com os Pirelli, aparece de forma mais decisiva.

De qualquer maneira, os circuitos de Monte Carlo e Montreal não são os mais representativos para demonstrar quem tem o melhor carro no momento. Se houvesse uma escala para diferenciar as pistas, elas estariam nas duas extremidades. Na primeira, usa-se a maior carga aerodinâmica da temporada, enquanto na segunda, uma das menores, junto de Monza. É claro que ter um carro, como a Red Bull demonstrou possuir, equilibrado em ambos os circuitos, é um belíssimo sinal, mas o contrário também não é o fim do mundo.

Além da questão pista, a Lotus sofreu também com as temperaturas, especialmente nas classificações. Tanto em Mônaco, quanto no Canadá, choveu no sábado. Raikkonen ainda conseguiu salvar um quinto lugar no treino no Principado, mas mesmo assim acabou entrando na “terra de ninguém” do meio do pelotão e teve a prova estragada por Sergio Perez. Duas semanas depois, deu tudo errado: uma punição, problemas de freio desde o início da prova, uma estratégia errada, que o deixou na pista por muito tempo andando lento, e a necessidade de poupar combustível. Ainda assim, salvou dois pontos.

Por um lado, a Lotus pode argumentar que, mesmo com tudo jogando contra, Kimi seguiu pontuando. Mas claramente não é o suficiente para bater o ultra eficiente Vettel, que não sabe o que é sair de uma prova com menos de 12 pontos até aqui no campeonato.

Por isso, as próximas corridas serão fundamentais para as aspirações do finlandês: em Silverstone, mesmo que dificilmente faça calor, as curvas de alta já devem ajudar. Porém, se continuar perdendo pontos para Vettel, não há massa de ar quente ou circuito favorável ao carro da Lotus que resolva.

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