quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Ferrari obrigou Alonso a mudar o discurso*

* Por Lívio Oricchio


Nas últimas duas corridas, Cingapura e Japão, Sebastian Vettel, atual bicampeão do mundo, da Red Bull, somou 50 pontos. Venceu as duas provas. Já Fernando Alonso, da Ferrari, apenas 15, do terceiro lugar em Cingapura. A diferença entre ambos que era de 39 pontos em favor do espanhol, líder da temporada, foi reduzida a apenas 4 pontos, 194 a 190.

Hoje, quando Vettel e Alonso entrarem na pista do autódromo de Yeongam, na Coreia do Sul, para o primeiro treino livre da 16.ª etapa do campeonato, Alonso e Vettel iniciam luta particular pela liderança do Mundial. O terceiro colocado, Kimi Raikkonen, da Lotus, está longe, com 157. Depois do GP da Coreia do Sul restarão apenas quatro etapas: Índia, Abu Dabi, Estados Unidos e Brasil.

Logo em seguida ao abandono ainda na largada da corrida de Suzuka, domingo, Alonso surpreendentemente acusou a Ferrari: “Há quanto tempo não temos nada de novo no carro?”. Referia-se à perda de desempenho para a Red Bull e McLaren depois do GP da Alemanha. Pois deve ter recebido um leve puxão de orelha de Stefano Domenicali, diretor da equipe. Não muito forte porque o dirigente sabe que a Ferrari está na luta pelo título essencialmente por causa do talento e da temporada irrepreensível de Alonso.

Por isso seu discurso, ontem, divulgado no site da escuderia italiana, foi bem distinto do proferido no Japão: “Na Fórmula 1, se vence e se perde em equipe”.

Antes de falar da sua expectativa em Yeongam, Alonso ainda abordou a decepção de Suzuka e o risco de, já no domingo, perder o primeiro lugar no campeonato. “Foi um golpe forte, mas arquivado. É inútil lamentar agora.” Vettel tem a seu favor na Coreia do Sul a eficiência da versão do modelo RB8 utilizada pela primeira vez em Cingapura e uma das principais razões da arrancada para tentar ser tricampeão. E Alonso, os pneus colocados à disposição pela Pirelli, supermacios e macios, os que permitem o melhor desempenho ao modelo F2012 da Ferrari.

“Para ser campeão será preciso um carro rápido, não errar e esperar que eventuais equívocos dos outros não te custem caro, como aconteceu conosco em Spa e Suzuka. Sem esses problemas a situação seria bem diferente”, garante Alonso. O espanhol mantém a acusação a Raikkonen pelo acidente na prova do Japão, contra a opinião da maioria dos profissionais da Fórmula 1.

Os interesses no circuito Yeongam se concentrarão, também, na relação de Lewis Hamilton com sua equipe, McLaren, tensas depois do anúncio de que vai competir pela Mercedes a partir do ano que vem. E entre ele e seu companheiro, Jenson Button, em atrito público, agora. Se Hamilton não acompanhar o ritmo de Button, como em Suzuka, muita gente vai acreditar em sabotagem, embora seja bem pouco provável. Hamilton, com 152 pontos, quarto colocado, tem chances, ainda, de ser campeão.

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