terça-feira, 10 de julho de 2012

A HORA E A VEZ DE LUIZ RAZIA*

* Por Thiago Raposo


O Brasil voltou a brilhar na GP2 e está mais uma vez muito próximo de conquistar o título da, até então, principal porta de acesso a F1. Depois de três vice-campeonatos com Nelsinho Piquet (2006), Lucas di Grassi (2007) e Bruno Senna (2008), Luiz Razia, baiano há quatro anos na categoria, lidera a competição com grandes apresentações nas últimas etapas.

De certa forma, dá até para falar em superação e volta por cima na história de Razia, apesar dele ter apenas 23 anos. Como tudo na vida do piloto aconteceu muito cedo, ele já até passou por crise e em 2012 ressurgiu com muito força. A temporada passada do baiano na GP2 não foi boa, correndo na fraca Caterham Team AirAsia e terminando a temporada apenas na 12ª colocação.

O futuro dele passou a ser uma incógnita. Isto porque os grandes times começaram a confirmar as duplas de pilotos e nada do nome de Razia aparecer em nenhum. Até que, já perto da abertura do campeonato, a equipe Arden, de Christian Horner, confirmou o brasileiro em um dos seus bólidos na temporada. Apesar da importância do chefe no atual cenário do automobilismo mundial, a equipe não era considerada grande na GP2 e, por exemplo, passou 2011 em branco.

Porém, alguma coisa aconteceu com Luiz Razia depois do fim da temporada passada. Ele voltou bem mais focado, sabendo que, de certa forma, estava ganhando uma última chance na carreira, já que até hoje nenhum piloto com mais de quatro anos de GP2 chegou à F1. Um dos destaques do piloto é o trato com os pneus. Ele descobriu a fórmula de manter os compostos conservados por mais tempo e geralmente, no fim das provas, quando os rivais começam a perder rendimento, é que Razia aparece.

A temporada começou com um domínio esmagador do italiano Davide Valsecchi, outro veterano na categoria, mas, depois que a categoria chegou à Europa, a história mudou. Foram três vitórias do brasileiro contra nenhuma do rival e o desempenho de Razia é cerca de 60% melhor que o de Valsecchi. Os dois saíram de Silverstone, neste último final de semana, separados por seis pontos a favor do baiano.

Ainda restam cinco rodadas duplas até o fim da temporada e Razia precisa manter o ritmo das últimas etapas para alcançar o sonho de chegar à F1. Ele, que em 2010 foi piloto de teste da equipe Virgin (atual Marussia) na F1 e em 2011 da Lotus (atual Caterham), tem nas mãos a grande chance de em 2013 retornar pela porta da frente à categoria máxima, como piloto titular e com o título da GP2.

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