terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Unsafety-car*

* Por Felipe Giacomelli

O Ano Novo é sempre uma época interessante para lembrar a segurança nas estradas. Afinal, para muita gente ainda estamos na época das férias de verão, quando viagens e uns goles a mais fazem parte da rotina.

No automobilismo, a FIA tem se empenhado nos últimos anos a promover campanhas para a segurança nas ruas. Não sei se você já reparou, mas após cada resultado de treino classificatório da F1, os três primeiros do grid vão para aquela sessão de fotos com o emblema da campanha ao fundo.

Por que estou dizendo isso? Pois bem, parece que a FIA de vez em quando erra a mão na hora de escolher os bastiões da segurança. Digo, os pilotos do safety-car. Aí o resultado são alguns dos acidentes mais bizarros da história do automobilismo. Afinal, nada mais frustrante que ter a sua corrida destruída justamente por aquele cidadão que deveria te proteger.

Em se tratando de F1, as confusões envolvendo o carro de segurança são bastante variadas. Quem não se lembra do acidente no S do Senna, alguns anos atrás, quando Nick Heidfeld acertou a porta do carro médico? Mas tinha um cara que era mestre em se envolver nesse tipo de confusão: Taki Inoue.

O piloto japonês, se você não lembra, participou da F1 em 1995 pela Footwork, ao substituir Christian Fittipaldi, que tinha ido para a Indy. Em termos de desempenho, ele deixava a desejar, já que tomava tempo até mesmo do compatriota Ukyo Katayama, mas quanto a problemas na pista Inoue era um verdadeiro mestre.



Vale lembrar que a segurança da F1 estava em crise em 1995 depois dos graves – e fatais – acidentes nos dois últimos anos, após batidas de Ayrton Senna, Karl Wendlinger, Roland Ratzemberger, Mika Hakkinen e Rubens Barrichello. A pressão nos comissários e médicos era absurda, pois eles sabiam que não podiam errar em um momento sequer. Mas com Inoue eles erravam.

Em um treino livre para o GP de Mônaco, depois de uma trapalhada, o asitático deixou o carro morrer na pista. Jean Ragnotti, no safety-car, não viu a Carlin da Racing Steps Foundation a Footwork parada na pista e acertou-o em cheio. Com Inoue ainda dentro do carro! Incrivelmente, os mecânicos conseguiram consertar o equipamento e o piloto disputou o GP e, para variar, abandonou.

O segundo incidente com Inoue é um dos mais bizarros da história do esporte a motor. Foi no GP da Hungria, disputado alguns meses depois. Inoue abandonou a corrida (jura?) com problemas mecânicos e um princípio de incêndio no carro, mas os fiscais de provas não estavam com muita vontade de apagar o fogo. O japonês foi até um desses comissáros, tomou-lhe o extintor e voltou em direção ao carro.

Com a Footwork prestes a se tornar uma bola de fogo (ok, era só uma fumacinha saindo), heroicamente o piloto asiático retornou para para apagar as chamas. Quando, de repente, ele foi atropelado pelo carro médico. Sim! O carro médico passou por cima dele e quase atingiu também o fiscal. A culpa, claro, foi do nosso amigo Taki Inoue, mas a cena do piloto sendo arremessado do capô do carro ao chão é uma das coisas mais estranhas da história da F1.

No vídeo abaixo, inspirados no grande Taki Inoue, você pode conferir o que de pior aconteceu quando o piloto do safety-car ignorou o pequeno detalhe das condições de segurança.

2 comentários:

Marcos - Blog da GGOO disse...

Sessão "bizarrice total"
Mas discordo que em todos os casos a culpa tenha sido do "security car".

ANDRE DE ITU disse...

concordo com o Marcos.vi algumas ca**das ai no video que foram dos pilotos.